Artigo publicado no caderno Lar e Cia em 2008: ARQUITETURA DE INTERIORES E SEUS ESTILOS
Quando iniciamos um projeto de arquitetura de interiores, a primeira
iniciativa é mostrar ao cliente todos os estilos praticados em decoração.
Preferencialmente, o cliente deve ser entrevistado para que se saiba ao
certo o que pretendemos no projeto. Cabe ao profissional mostrar, através
de fotos, revistas e portifólio, o que mais se assemelha ao que o cliente
solicita.
A adoção de um estilo na decoração está ligada diretamente à escolha do
mobiliário e da decoração de fundo (elementos arquitetônicos), ou seja, a
iluminação e a caracterização das paredes, piso e teto. Estas podem, por
si só, definir um estilo. No entanto, apenas este tipo de decoração pode
causar no espaço uma sensação de frieza e de desligamento da personalidade
de seus moradores.
Isto não significa que ter uma cadeira ou um sofá diferente do estilo do
restante do mobiliário comprometa a decoração. Pelo contrário, o
contraponto, pode resultar em elegância e beleza, conforme o jeito como é
situado.
O importante num projeto de arquitetura de interiores, ou decoração, é que
sejam respeitados os anseios, vontades e sonhos do cliente, pois, afinal,
ele é quem vai utilizar os espaços.
Portanto, ao contratar um profissional, se o cliente tiver um elemento que
destoe completamente da decoração, e que tem que compor o ambiente, não
tem problema. Este será um desafio a mais para que seja criada uma saída
para essa adequação.
Nada é impossível em se tratando da busca da composição arquitetônica de
interiores. Algumas soluções, porém, podem sair do orçamento, enquanto
outras podem muito bem ser simples e não onerar a obra.
O ambiente deve ser projetado com base no gosto e rotina diária dos
moradores. Sua definição ocorre pelo acréscimo imediato ou progressivo de
complementos utilitários ou decorativos, claro que a gosto de seus
moradores, como um móvel, objetos pessoais ou de referência familiar,
recordações de viagens, quadros, pinturas, etc. Assim, cada ambiente será
único, uma vez que as pessoas são dotadas de gostos e costumes diferentes.
Mais ainda, é praticamente impossível elaborar técnicas de ambientação sem
levar em conta um perfil de moradores.
O que determina a aparência do espaço é o chamado conjunto harmônico ou
estilo, ambientação. Um estilo que não condiz com a ambientação adequada,
ou vice-versa, pode comprometer a sensação de bem estar do espaço. Assim,
é inevitável que, de início, qualquer arquiteto de interiores, ou
profissional que deseje montar um espaço, conheça bem os costumes,
rotinas, desejos e predileções das pessoas que o integram.
Lógico que não é só isso, pois nesta área há uma série de outras coisas
que devemos conhecer, cada ambientação é única e cabe apenas às pessoas
certas. Portanto, não importa como ou de que forma vamos elaborar o
projeto, isto não significará nada se o resultado final de nosso trabalho
não representar os anseios e necessidades das pessoas em um determinado
espaço.
Arq. Sammya Cury