Arquitetura

Cuba: Povo Sofrido, Corações esperançosos! A impressão que tive a cerca da recente viagem à ilha. Falta liberdade, tecnologia e dinheiro, dizem eles, mas “os cubanos “em sua maioria, são orgulhosos do seu país e possuem uma cultura invejável.

Conversei com muitos cubanos e entendi que eles são guerreiros e acima de tudo sempre esperançosos e também conformados! Por alguns momentos ficava triste de ver tanta proibição meus alunos cubanos não puderam entrar no hotel para estudar com os outros alunos latino americanos, só depois que briguei no hotel foi que consegui, absurdo mais me diziam não fique triste professora somos cubanos e assim mesmo para nos! E em contra partida se escuta a salsa e toma uma cuba livre e ta tudo certo, um país dos contrastes entre os turistas e a pobreza mais somente pobreza do mundo capitalista nunca pobreza de alma e nem de espírito!

Cuba 2014, possui 11 milhões de habitantes, IDH elevado (0,78), expectativa de vida de quase 80 anos de idade e média escolar de dez anos de estudo. A seguir, uma breve visão da ilha na minha perspectiva.

Seria fácil falar dos charutos, da ausência de tudo que temos a nível internacional e de grandes lojas, da falta de McDonald’s e de grandes restaurantes, da internet lenta que só tem nos grandes hotéis e que custa bem caro, da água mineral com leve gosto de sal, dos táxis velhos com aqueles carros da década de 50 e do espanhol tresloucado, quase incompreensível. Aquela vida é outra e uma vida de pessoas que estão ali ilhados, mas de alguma forma suas mentes voam pelo mundo.

Viajar a Cuba é um misto de turismo e experiência intelectual único. Viajei para Havana consciente de que iría experimentar uma extravagância. Não foi somente um projeto urbanistico, queria ver como funcionava a ilha, como aquele povo sobrevivia mesmo sem ter nenhuma relação com os EUA. Cheguei em Havana e já comecei a respirar outra cultura, outro modo de ver e viver o mundo, outra ideia acerca do que é interesse público, outra organização social.

Cheguei dois dias antes de começar o projeto do SOS Cidades, pois queria conhecer a cidade de havana e queria descobrir melhor aquela cultura.

À primeira vista, Havana apresentou-se como uma cidade parada no tempo. As coisas velhas estavam lá: os carros rabo de peixe, as casas com arquitetura dos anos 50, os prédios em ruínas, mas havia também um toque especial em toda a cidade. As ruas apresentaram-se limpas, com muita vegetação por todos os locais. Mesmo naqueles lares mais humildes havia um cuidado, um zelo expressivo. Os cidadãos ficam na frente de casa, no contato com os vizinhos e com a comunidade.

No centro administrativo e por toda a cidade os heróis nacionais são reverenciados. Mas não são as figuras óbvias que imaginávamos. Che é um herói nacional, sem dúvida, mas é o rosto de José Martí, bem anterior à Revolução Socialista, que decora toda a cidade. Imagens de Fidel Castro – pasmem – são incomuns nas ruas, embora tenham nos relatado que há um quadro do Castro-Chefe na casa de quase todos os cubanos.

Pelas ruas a presença militar é pequena. Não se trata de uma sociedade sitiada, refém de si mesma. E olha que andei por lugares pouco convencionais, por quase toda a capital, havana velha e havana profunda. No decorrer das caminhadas constatei: tudo é praticamente estatal. Supermercados, postos de gasolina, a cidade possui muitas banquinhas de artesanato, a maior parte dos hotéis possui lojas de artesanatos e a desejada internet.

Conversei com muitos cubanos, eu estava fazendo mesmo um estudo antropológico e social, de taxista a professor universitário de arquitetura, percebi que os taxistas são os “caras” ganham bem, pois como não possuem taxímetro eles cobram o que querem temos é que negociar a corrida o tempo todo, e os professores ganhavam em media 23 CUC’s por mês – algo em torno de R$ 57,00 –, além da “ração” mensalmente entregue a cada família, por meio de um rígido controle em cadernetas, a libreta – o documento fundamental da vida cubana.

Meu taxista Gilberto só tinha um braço resultado de um acidente de trabalho, mas ele conseguia dirigir super bem melhor ate do que quem tem dois braços, conversamos muito e ele me disse que agora Cuba esta um pouco melhor com Raul Castro do que na época do Fidel, eles possuem um pouco mais de liberdade agora, ele me contou da imensa qualidade dos hospitais. Segundo nos retratou, nas escolas, os melhores alunos são incentivados a seguir a carreira médica.

A vida cubana é dura! Os nativos fazem de tudo para conseguir algum dinheiro adicional. As senhoras ficam vestidas a caráter, com charutos e tudo mais, oferecendo-se para fotos, a troco de alguma moeda estrangeira.

Em geral, entretanto, não vi mendigos, ou pessoas em situação de extrema vulnerabilidade pelas ruas. O que me deixou triste é que no aeroporto quando cheguei à moça da alfândega já começou a me pedir regalos, queria minha blusa, a outra amiga dela queria meu anel, enfim, no caso é so dizer que não e elas não pediram mais…..

Cada cubano conhece a história do seu país e sabe fazer críticas. A pouca variedade de canais televisivos, os quais transmitem algumas novelas brasileiras, talvez contribua para isso, pois a grade é ocupada com documentários sobre a ilha e mensagens enfatizando a riqueza do país: a força de trabalho do povo.

As pessoas não aparentam sufoco, sofrimento, angústia, mas é claro que, sob o aspecto financeiro, não há dinheiro para extravagâncias. Sob outros aspectos, porém – cultura, musicalidade, criatividade, juventude – há orgulho na ilha socialista.

Foi incrível ver o Buena Vista Social Club e a velha guarda cubana bem à minha frente. Tereza Garcia Caturla estava bem ali, brindando sua salsa para nós.

Conversei muito com o cubano que cuidava da tabacaria do buena vista social club, Samy uma figura impar professor de educação física e gerenciava a lojinha no seu tempo livre, me ensinou de fato como fumar um bom charuto e me explicou a história de cada um dos vários tipos de charutos, pois existe uma grande variedade de charutos que são confeccionados na ilha, ele fumou comigo um charuto porem ele me disse o seu é esse charuto de rico o meu vou buscar e o nosso charuto que nos podemos fumar não tem rotulo e não tem fama e feito com uma folha inferior, ele me explicou que o charuto só pode ser enrolados pelas mulheres cubanas pois a Mao da mulher e mais macia do que a dos homens.

Os olhos cubanos não negam alegria e honra, mas também revelam uma vontade de experimentar a liberdade, de aventurar-se no novo. Ainda que soe etnocêntrico da nossa parte, vimos que há uma ponta de saudade de “tudo o que ainda nem se viu”.

Conversei com garçons que conseguiram sair da ilha e foram trabalhar na suíça e na frança pessoas que se dedicaram ao estudo e conseguiram uma chance de ver um pouco o mundo.

Se conseguirmos mirar fora das paredes dos shoppings e das extravagâncias, será possível enxergar que, mesmo com o embargo econômico imposto pelos Estados Unidos e em vigor há mais de 50 anos, com diferentes períodos de arrocho, a vida cubana ainda vai bem e anda sem pressa.

Não há necessidade de deixar o imperialismo tomar conta do país, mas de abrir as portas para o conhecimento, para o avanço tecnológico e de lançar o olhar cubano para o mundo.

Os serviços públicos são de qualidade, coisa que os cubanos usufruem já há algum tempo e até exportam, basta ver as centenas de médicos cubanos que chegaram ao Brasil para interiorizar de uma vez a rede de assistência do SUS.

Desbravar a ilha com um olhar claro de que estamos em outra cultura, entender essa vida mais branda e que parece que passa mais devagar, resumindo haver um modo de vida superior à de outros grupos – nos afasta da sinceridade e profundidade da situação.

Em sua maioria, são orgulhosos do seu país e acima de tudo são bravos. Qual outra nação se mantém ereta ante a uma política externa norte-americana expressamente destrutiva, a qual inclusive inclui Cuba na lista de países terroristas?

É preciso buscar a captação dos valores cubanos dentro do seu sistema ordenado de significados e símbolos, nos termos dos quais os próprios cubanos definem seu mundo, e aí sim buscar a compreensão adequada da organização social da ilha caribenha, para o bem ou para o mal.

A comida é simplesmente maravilhosa, a cidade respira cultura, tem musica por todo lado, a salsa de compay segundo e presente nos quatro cantos com todos os instrumentos que fazem com que a salsa seja a musica mais tocada, pra minha surpresa ouvi muito garota de ipanema em versão salsa.

O projeto do SOS Cidades para habana foi para re-estruturamos a Bahia de havana um trabalho gigantesco que tivemos que fazer em uma semana.

Para o projeto participaram 10 grupos cada um com dois professores coordenadores e em media 15 alunos de todas as partes da América latina, argentinos, mexicanos, paraguaios, uruguaios, peruanos, etc.

A arquitetura da cidade de havana é simplesmente maravilhosa porem na havana velha vimos que por onde os turistas passam a arquitetura está conservada e renovada porem na havana profunda a realidade é outra a arquitetura está se perdendo e caindo em ruínas o que é uma pena.

A bebida típica é o morrito, daikiri e a cuba libre que para minha surpresa foi a que mais gostei só que quando eu pedia do graçon ele brincava uma cuba libre ou uma mentirita? E eu respondia não entendi e o grançon dizia nunca seremos livres….enfim se faz a reflexão nesse momento…..

Cuba é uma ilha diferente e contrastante, províncias com potencialidades turísticas ambientais e outras províncias com potencialidades turísticas arquitetônicas como Havana onde trabalhamos.

Havana é uma cidade simples, histórica, profunda, cultural, tranqüila, parada no tempo a pelo menos uns 50 anos e isso encanta a qualquer arquiteto, uma comida fantástica, bebidas simples e fortes, charutos com uma personalidade marcante, socialista, revolucionária, que tem muitas mazelas porém com habitantes que lutam e crêem sempre numa cidade melhor, são católicos porém também acreditam nos orixás….

O sos cidades é um programa que trabalha o planejamento urbano em cidades que necessitam de uma possível intervenção.

No caso da cidade de Havana o sos cidades está trabalhando a baía de Havana lugar emblemático pela mistura de vários setores o centro histórico, a área da refinaria de açúcar, o forte o morro e o Cristo áreas turísticas e o setor habitacional com vivendas de interesse social além do setor habitacional onde antes foi o local do pan-americano de Havana.

Nosso desafio enquanto participantes docentes e discentes e trabalho o território da Bahia foi de formar e integrar todos esses espaços de forma a incentivarmos o turismo, melhor as condições de habitabilidade dos cidadãos e cuidar da proteção ambiental e propiciar vivências comuns das pessoas em áreas de convivência pública!

O desafio foi mágico e incomum!!!! Aprender novas metodologias de trabalho, conviver com outros arquitetos latino-americanos e também com os estudantes de muitas e diversas universidades foi riquíssimo para mim!

Voltei a ser estudante e aprendi novas maneiras de ensinar!

Fazendo uma leitura do espaço urbano de Havana e enxergando a poesia natural dessa linda e deteriorada cidade que precisa tanto de ajuda e de projetos para solucionarem os seus problemas!

Conhecer a ilha é por si só inspirador e bastante instrutivo. É como revisitar velhas possibilidades que esquecemos pelo caminho. E redescobrir um mundo de possibilidades, e enxergar a humildade na plenitude.

foto 3 foto 2

Cuba
Cuba

foto 4 foto 5

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *