A IMPORTÂNCIA DO PROJETO ARQUITETÔNICO BIOCLIMÁTICO NAS HABITAÇÕES
Hoje em dia não se fala em outra coisa a não ser a grande preocupação com o meio ambiente e sua preservação e porque também não podemos aproveitar e pensar mais na qualificação dos projetos arquitetônicos e em como eles podem envolver a arquitetura bioclimatica, ou seja, aliar os projetos de arquitetura com o conforto ambiental, a eficiência energética, acústica, iluminação e ventilação natural e porque não pensar nessa realidade voltada as habitações de interesse social?
Pois bem esse artigo propõe a reflexão no assunto, aliar a preocupação com o meio ambiente com a preocupação do ambiente construído para as famílias de baixa renda, levando em consideração fatores que deveriam nortear todo e qualquer projeto, pois a arquitetura bioclimatica é um conceito que visa a harmonização das construções com o meio ambiente de forma a otimizar a utilização dos recursos naturais disponíveis (como o luz solar e o vento), possibilitando conforto ao homem em harmonia com a natureza.
A Arquitetura Bioclimática visa a estruturação do projeto arquitetônico de acordo com as características bioclimáticas de cada local nos mínimos detalhes. Assim, consegue-se aumentar a eficiência energética das construções e reduzir os impactos ambientais destas.
Um exemplo em Manaus estamos numa zona quente e úmida, portanto é de extrema importância que os projetos arquitetônicos tenham esse conceito bioclimatico e em se tratando de habitações de interesse social melhor ainda poder utilizar dessa metodologia.
Em locais mais quentes opta-se por coberturas que impeçam a radiação solar direta nos vidros, ou o uso de vidros menos transparentes.
A Arquitetura Bioclimática envolve também o desenvolvimento de técnicas e equipamentos necessários a melhoria da eficiência energética nas edificações, mas o fator predominante ainda é o aproveitamento da energia proveniente do sol, seja na forma de calor, quando pode ser usada para o aquecimento de água por exemplo, ou na forma de luz, que pode ser melhor aproveitada com o intuito de reduzir o uso da iluminação artificial.
São quatro os princípios básicos da Arquitetura Bioclimática:
– a criação de espaços em ambiente saudável para os moradores e usuários;
– eficiência energética e consideração do ciclo de vida da estrutura edificada;
– minimização de desperdícios;
– e uso de fontes renováveis de energia e materiais que não agridem o meio ambiente.
A exploração e o uso não racional dos recursos naturais vêm provocando alterações no meio ambiente com conseqüências em escala planetária. Para agravar o problema, outro importante fator de degradação ambiental é o crescimento populacional e as taxas crescentes de urbanização. Quanto maior esta expansão, maior é a necessidade de habitações, no Amazonas, o déficit chega a milhões de unidades e isso além de contribuir para os processos decorrentes da favelização e da ocupação de áreas de proteção ambiental, entre outros. A desigualdade social configura-se como um dos maiores problemas na sociedade brasileira, sendo a falta de moradias uma das principais conseqüências, principalmente entre população de baixa renda.
Existem muitas famílias, que vivem de forma marginalizada em moradias inadequadas e sem condições mínimas de habitabilidade, o que se reflete na qualidade de vida de seus moradores.
Para tentar reverter esse quadro, prega-se agora uma conscientização que tem como princípio a sustentabilidade e a responsabilidade sócio-ambiental. Alguns resultados já podem ser observados a partir das inúmeras pesquisas na área de sustentabilidade que vêm sendo realizadas, numa tentativa de aliar crescimento econômico a um consumo responsável.
O desenvolvimento sustentável assegura que as necessidades presentes sejam supridas sem comprometerem a possibilidade de futuras gerações satisfazerem as necessidades de seu tempo. A prática da arquitetura segundo esses princípios é denominada Arquitetura Sustentável.
Segundo Silva (2003),para se alcançar o desenvolvimento sustentável, é necessário que se busque um equilíbrio entre o que é socialmente desejável, economicamente viável e ecologicamente sustentável, formando um tripé que engloba as esferas social, econômica e ambiental que levam à sustentabilidade.
Considerando-se este panorama, a construção civil apresenta-se como o agente indicado para contribuir para a melhoria deste cenário na construção de novas unidades habitacionais. Entretanto, são necessárias novas tecnologias que resultem em formas mais sustentáveis de produção, tanto do ponto de vista ambiental quanto do sócio-econômico.
O principal objetivo que deve ser levado em consideração e o de se desenvolver o projeto arquitetônico de um conjunto habitacional de interesse social ou apenas de uma unidade de interesse social seguindo os princípios da Arquitetura Bioclimatica, Sustentável e do Desenho Universal. Este objetivo se fundamenta na grande demanda por unidades habitacionais, no ineficiente sistema de financiamento destas unidades que não contempla um grande número de famílias, no paradigma:
– de alta produção civil com baixo impacto ambiental ao consumir menos recursos naturais não renováveis e menos energia na produção dos materiais de construção;
– de gerar poucos resíduos e consumir pouca energia na produção das unidades;
– baixo consumo energético no uso das edificações; e baixo impacto ambiental no descarte após a vida útil das unidades.
O estudo de alternativas sustentáveis, não pode se limitar, ele deve se estender à prática, em que reside o verdadeiro sentido do projeto arquitetonico bioclimatico e sustentavel: aplicar conhecimentos científicos à prática de forma que possam contribuir com as comunidades que necessitam de moradias e estender a dimensão de cultura e de conhecimento que estão guardados nas comunidades tradicionais à comunidade acadêmica e de pesquisa. Tenta-se dessa forma recuperar conhecimentos da arquitetura vernacular, em que se tirava proveito das características climáticas e físicas do local onde a edificação seria implantada, tornando-a mais adequada e confortável para seus usuários. Deste modo, vê-se necessária a intensificação da pesquisa na área, o desenvolvimento de novas técnicas, a proposição de projetos alternativos viáveis do ponto de vista ambiental, econômico e social, de modo a promover a integração das diversas dimensões da sustentabilidade na produção da habitação.